As cores dançam, faceiras
num desabrochar sincronizado.
Curiosas, mil flores espreitam
Depois se escondem
para, quem sabe, nunca mais.
De repente, o quase-vazio
que, no entanto, esconde um universo.
E os olhos, seduzidos, devoram.
sábado, 28 de julho de 2007
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Xadrez
Ah, quem dera sofrer de amor!
Mas fazer o que se a estratégia do jogo não comporta?
Porque o relógio é implacável;
só pára quando é a vez do outro
(mas na vida não há "vez").
Admito, afinal,
o tempo não foi feito para se perder...
Mas fazer o que se a estratégia do jogo não comporta?
Porque o relógio é implacável;
só pára quando é a vez do outro
(mas na vida não há "vez").
Admito, afinal,
o tempo não foi feito para se perder...
Parada cardíaca
Como endureceu esta criatura!
já não paira com a leveza de quem não pensa.
Pensa demais e, por isso, pesa
Endurecidas, as asas já não deixam sentir o pulsar...
( e olha que faz apenas uma semana que pulsava!)
já não paira com a leveza de quem não pensa.
Pensa demais e, por isso, pesa
Endurecidas, as asas já não deixam sentir o pulsar...
( e olha que faz apenas uma semana que pulsava!)
terça-feira, 17 de julho de 2007
I - Suicídio
Não sei se é o medo de ser devorado por este ímã
Ou se é o medo de sentir o prazer da queda,
que esvazia tudo por dentro
Ou simplesmente o medo da morte, complicar para quê
Eu pulo.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de altura.
Ou se é o medo de sentir o prazer da queda,
que esvazia tudo por dentro
Ou simplesmente o medo da morte, complicar para quê
Eu pulo.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de altura.
II - Existência
Não sei se é o medo de ser devorado por este ímã
Ou se é o medo de sentir o prazer de viver,
que preenche tudo por dentro
Ou simplesmente o medo de sentir e amar e odiar e estar vivo,
complicar para quê
Eu me jogo.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de ser.
Ou se é o medo de sentir o prazer de viver,
que preenche tudo por dentro
Ou simplesmente o medo de sentir e amar e odiar e estar vivo,
complicar para quê
Eu me jogo.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de ser.
III - Pulsação
Não sei se é o medo de sentir este ímã,
que sorve o de fora e cospe o de dentro
Ou se é o medo de morrer amando e viver odiando e viver amando e morrer odiando
Ou simplesmente o medo de ser devorado pelo prazer,
complicar para quê
Eu me entrego.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de sentir.
que sorve o de fora e cospe o de dentro
Ou se é o medo de morrer amando e viver odiando e viver amando e morrer odiando
Ou simplesmente o medo de ser devorado pelo prazer,
complicar para quê
Eu me entrego.
No fundo eu sabia que iria superar este medo de sentir.
sábado, 14 de julho de 2007
distância
a vontade imensa e vermelha
o (con) tato agradável e apetitoso
e, claro, o encaixar das idéias
Se faltar um dos três
a viagem não vale a pena.
o (con) tato agradável e apetitoso
e, claro, o encaixar das idéias
Se faltar um dos três
a viagem não vale a pena.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Avenida
tudo são cores e preto e branco e prisma
os odores são fortes, nem agradam nem repelem
os ouvidos estranham qualquer não barulho
e o toque parece agora sensivelmente indolor
as pessoas se esbarram e se atravessam
ouvem tudo e nada ao mesmo tempo
todos se cheiram sem sentir
e os olhos, bem abertos, estão cegos
tanta vida e morte que está
tanta imagem que grita e silencia
tanta dor e anestesia
respiro o caos alheio.
transpiro.
vomito meu próprio caos.
os odores são fortes, nem agradam nem repelem
os ouvidos estranham qualquer não barulho
e o toque parece agora sensivelmente indolor
as pessoas se esbarram e se atravessam
ouvem tudo e nada ao mesmo tempo
todos se cheiram sem sentir
e os olhos, bem abertos, estão cegos
tanta vida e morte que está
tanta imagem que grita e silencia
tanta dor e anestesia
respiro o caos alheio.
transpiro.
vomito meu próprio caos.
sábado, 7 de julho de 2007
companhia
divide o espaço
agrada os ouvidos
cultiva a memória
compartilha os prazeres
oferece os sentidos
garante o bem-estar
... rotular para quê?
agrada os ouvidos
cultiva a memória
compartilha os prazeres
oferece os sentidos
garante o bem-estar
... rotular para quê?
terça-feira, 3 de julho de 2007
pH
olhos e palavras e mãos e desejos confessados,
fruta gostosa que faz salivar.
mas ai!
se pegar demais no pé,
banana verde que amarra a boca.
fruta gostosa que faz salivar.
mas ai!
se pegar demais no pé,
banana verde que amarra a boca.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Entropia
Coloquei as idéias em fila indiana e as numerei
(eram muitas e todas misturadas, não tinha outro jeito).
Depois, como não podia manter a ordem, soltei-as novamente.
E comecei a chamá-las, uma a uma, para que se apresentassem e pudessem ser analisadas.
Pois de nada adiantou.
Cada vez que chamo um número (qualquer que seja ele) é sempre umas destas três idéias que se apresenta:
ou a mais conservadora ou a mais medrosa ou a menos inteligente.
As outras? Ah, as outras!
Mandam estas três em seus lugares!
Estão tão felizes na selvageria de sempre, que só dão as caras quando têm algo a dizer
(e nunca quando eu me obrigo a pensar no que vai ser do meu futuro).
(eram muitas e todas misturadas, não tinha outro jeito).
Depois, como não podia manter a ordem, soltei-as novamente.
E comecei a chamá-las, uma a uma, para que se apresentassem e pudessem ser analisadas.
Pois de nada adiantou.
Cada vez que chamo um número (qualquer que seja ele) é sempre umas destas três idéias que se apresenta:
ou a mais conservadora ou a mais medrosa ou a menos inteligente.
As outras? Ah, as outras!
Mandam estas três em seus lugares!
Estão tão felizes na selvageria de sempre, que só dão as caras quando têm algo a dizer
(e nunca quando eu me obrigo a pensar no que vai ser do meu futuro).
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