domingo, 9 de setembro de 2007

Serpente

O toque parecia macio,
só intuitivamente tomado por rachaduras.
Não creio que eu deva concertá-las.
Mas olhos e dedos enfeitiçados
insistem em devorar e aspiram
todas as fissuras, mesmo sem vê-las.
Não querem possuir nada,
bastam breves momentos de sedução.
Mas são fendas ariscas,
têm medo de se deixarem preencher.
E talvez tenham razão,
pois olhares curiosos e dedos flautistas
poderiam encantar a serpente.

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