Aos poucos você vai se descobrindo.
Vai percebendo as coisas de que gosta e o que dispensa.
Vai conhecendo os limites do seu próprio corpo e
vai se acostumando com o rosto que tantas vezes estranhou em frente ao espelho.
E descobre o que quer da vida e o que quer para o futuro.
Então faz planos e passa a vislumbrar uma velhice feliz.
Isso é a morte.
Corajosamente, rasga todo esse relatório inútil e
volta a se estranhar, a questionar o que gosta e o que não gosta,
volta a testar seus limites, afinal.
Então se dá conta de quão idiotas eram aqueles planos e aqueles rótulos e passa a desejar que o espelho lhe mostre de novo um estranho sem planos nem futuro.
Ressurreição.
sábado, 16 de junho de 2007
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2 comentários:
E o desejo, esta arma letal, que segue em revoluções, matando e criando, se compondo com cada instante e trazendo não o amor romântico, de uma ausência, mas o amor completo do movimento.
Desejo entorpecente, que transborda a pele, emerge dos poros e faz tremer, respirar duro e gelar a barriga, mais do que qualquer inverno, ou pé.
Então, não há espelho que reflita a sinestesia, a vida por ela mesma, a inexistência de um sujeito.
As palavras são setas que chegam até a mais erótica derme, invadem os sentidos e deixam deitados, em silêncio, até os corpos mais rígidos...
muito belo tudo por aqui
comecei a ler, amoleceu
no meio, saciou
no final, abriu o apetite
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